É difícil entender, pra que deixar transparecer de você, algo que ninguém quer saber.
Fria como gelo, vazia como a escuridão, seca como o deserto, era assim que eu queria ser, vazia, pra não correr o risco de ser magoada.
Ficar sozinha piora, ser grossa não adianta, ficar em silêncio sufoca, ficar triste simplesmente não tem graça. Deve ser por isso que eu tanto escrevo, e que as vezes eu canto. É como se os meus sentimentos se encaixassem perfeitamente na melodia, e me conforta saber que a música faz parte do meu dia. A música é melhor do que muitas pessoas por aí. Pessoas podem fingir, elas desaparecem, algumas te fazem mal, outras não sorriem para você porque estão ocupadas rindo de você. Já outras pessoas te esquecem, e esquecem coisas que não se podem apagar. Passam e simplesmente deixam sua marca pra gente ficar lembrando depois que ela for embora. E não tem coisa pior do que esperar que alguém peça perdão, não precisamente pra perdoá-la, mas pra poder sentir por um momento que aquele alguém teve medo de te magoar ou ficar sem você, pra ter a sensação de que você é importante.
Ninguém chega pra ficar. Tem gente que chega e quer ficar, mas que não fica pra sempre. O pra sempre não existe. E todos vão embora alguma hora, não é por querer. São coisas da vida, coisas difíceis de entender. Mas é tudo muito natural, coisas que fazem parte; Tudo continua a acontecer, dentro dói mas não para de bater. Talvez algo chegue e faça parar, talvez nem precise esperar ou talvez esse algo possa não chegar.
É tudo tão igual, não é os mesmos motivos, mas tudo é dor, tudo se cura e tudo passa, além de tudo, todo mundo sente. Muitos fingem não sentir, muitos sabem disfarçar, outros só tentam, mas toda dor é dor, toda dor vai passar, pode ser rápido, ou pode demorar, mas tudo se pode superar. Sozinho ou não, todos podem levantar pra poder buscar sorrisos ou novamente magoar.
